Geeentee , só faltava eu postaar ...
Como estão postando mais reportagens , eu voou só escrever ..
Estavaa aqui c. uma amiga , a Naty , pensando sobre oq escrever , me disseram p. contar experiênciias , mas n sei se elas são tão interessantes assim , apenas faladas , rs..
Mas enfiin , me pediiram p. falar sobre a priimeira vez..
então ..
Um beloo diia , estava eu na casa de uma amiga , vamos chama-la de Bruna , além de Bruna , meu "peguete" , que seria meu futuro namorado psicopata , também estava lá . Não foi nada planejado , estávamoos sentados no sofá , "vendo tv ", então senti uma mão em um lugar que eu n estava acostumada , achei que ficaria só ali , no máximo uns amassos , mas a coisa foi "piorando" . Fomos então para o quarto da Bruna , elaa disse q poderiiamos usar o colchão dela , desde que n sujasse ( acho q n precisava ter comentado isso , ) .
Já com a porta fechada , nós dois deitadoos na cama , ele tiirou a calça jeans , ainda lembro da cueca horrosa parecendo um "quador de café " branco , rs , ele me pediiu p. tiirar a parte de baixo tbm . Achei estranho , pois deveriia ter tirado a parte de cima primeiro , mas tuudo bem , estava c. vergonha msm , pq n tinha mta coisa p. mostrar .
Roupas tiiradas (exeto a minha blusa , que agoora eu insistiia em manter ) , ele deitou em cima de mim . Detestei essa parte , imagiinei algo diferente , foi tão previstoo , e certinho , falamos tanto e fizemos pouco , imaginava um pouco mais de "física" , no entanto ele só me diziia p. tirar essa ou aquela peça de roupa e faziia o msm . Mas , continuando , depois de me beijar , ele colocoou , aquilo , p. fora , e tirou uma camisinha do bolso da calça jeans q estava no chão (era de morango) . Confesso que foi meio estranho ver um pênis pella primeira vez ( ao vivo) , fiquei olhando por alguns segundos idiotamente ( ok , está ficando vergonhoso) . Até que após colocado o preservativo , eu tirei a calcinha ( era da capricho, roxa , ainda tenho !! , rss ) , ele simplesmente tentoou colocar , mas doiiiia p. cacetee , sinceramentee ?? mal entroou a cabeça , e depois de variias tentatiivas (muito sem graça , por sinal) entrou alguma coisa q doeuu demias , seguida de um griito , que segundo minha amiga foi ouviido por ela debaixo do chuveiro . O mais estranho , é que por mais horrível que tivesse sido , ficamos um bom tempo ali (até acertar ,né ) , eramos dois virgens , que n sabiam oq fazer , foi sem graça , n me deu prazer algum , mas ainda sim , naquele momento eu fingia , até para mim mesma , ser a coisa mais incrível que já haviia aconteciido cmg . Acho que dei detalhes demaiis , se desse todoos seria broxante. Infelizmente n foi nada do que eu imagiinei , sonhei com algo perfeito , como nos filmezinhos idiotas de comédia romantica , foi frustrante , o pior, foi depois saber, que isso é oq mais acontece . O grande problema era , eu já tinha feito , n havia como voltar atras , n foi pela minha idade precoce ( 13) , mas sim pela minha maturidade , que eu n tinha , e talvez n tenha adiquirido até hooj . Esse é um assunto que escondi de muitos por muito tempo , poucos sabiiam , mas percebi que nada pode ser mudado , e sim ser melhoradoo , e de agoora em diiante a busca é pelo sexo bom !! rss
quinta-feira, 21 de maio de 2009
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Como achar o seu ponto G
Muito se fala e escreve sobre o Ponto G e os orgasmos que o mesmo proporciona. Apesar deste foco da mídia sobre o assunto a verdade é que a maioria das mulheres desconhece a sua exata localização e como fazer para estimular e obter um orgasmo através de seu estímulo. Por esta razão elaboramos este pequeno guia com orientações passo a passo para chegar ao mapa da mina.
1.Encontrando o dito cujo. O ponto G fica na primeira terça parte do canal vaginal na parede voltada em direção ao ventre, logo atrás do osso púbico. Este famoso ponto, tão cantado em verso e prosa, corresponde ao tecido esponjoso que circunda a uretra. Quando a mulher fica excitada este tecido recebe maior volume de fluxo sanguíneo, aumentando de volume, e pode ser sentido através do canal da vagina. Quando estimulado, ele cria um sensação intensa e característica. Para algumas mulheres esta sensação é similar à sensação de vontade de urinar. Para algumas a estimulação do Ponto G pode ocasionar uma espécie de ejaculação.
2.Excite-se. O primeiro passo para um orgasmo de ponto G é ficar excitada. Durante a excitação o tecido esponjoso fica intumescido com fluido e o ponto G aumenta de volume de forma perceptível. Use um vibrador, assista ao seu filme erótico favorito ou imagine uma fantasia "quente".
3.Adicione o dedo ou um brinquedo. Insira o dedo na vagina e curve em direção ao umbigo. No caso de seu dedo ser curto experimente um brinquedo curvado desenhado para atingir o ponto G. Como a esponja uretral encontra-se atrás da parede da vagina você vai precisar fazer uma pressão firme para chegar até ela. Quando chegar, vai sentir uma sensação bem característica que vai servir de indicador de que atingiu o lugar certo. A textura do Ponto G é diferente da parede da vagina: você deve procurar por um tecido mais rugoso ou ondulado e sentir um certo solavanco como se o ponto mudasse de posição a medida que você passa o dedo. Quando encontrar pressione de forma firme e movimente os dedos (dois de preferência: o indicador e o "pai de todos") como se estivesse chamando alguém em um movimento de venha cá. Experimente vários níveis de pressão e tipos de movimento.
4.Experimente. O tamanho e sensibilidade do ponto G varia muito. Assim não há um único jeito para estimular.Você terá que experimentar até encontrar o mais adequado. Algumas mulheres apreciam uma pressão ritmada outras o movimento de rotação de um Dildo tipo Rabitt . Outras preferem estimular o clit ao mesmo tempo.
5.Ejaculação (ou não...) Nem todas as mulheres ejaculam mas a mesma é considerada um fator normal da resposta sexual feminina. Pressionar o ponto G ou as contrações do orgasmo podem causar ejaculação da esponja uretral através da uretra. Este fluido difere da urina e é similar ao fluido da próstata masculina. Esvazie a bexiga antes de fazer sexo assim você não vai ficar preocupada. A quantidade de ejaculação na maioria dos casos será menor do que uma ou duas colheres de chá mas pode ser mais volumosa. Algumas mulheres ejaculam após a remoção do pênis, do dildo ou dos dedos.
1.Encontrando o dito cujo. O ponto G fica na primeira terça parte do canal vaginal na parede voltada em direção ao ventre, logo atrás do osso púbico. Este famoso ponto, tão cantado em verso e prosa, corresponde ao tecido esponjoso que circunda a uretra. Quando a mulher fica excitada este tecido recebe maior volume de fluxo sanguíneo, aumentando de volume, e pode ser sentido através do canal da vagina. Quando estimulado, ele cria um sensação intensa e característica. Para algumas mulheres esta sensação é similar à sensação de vontade de urinar. Para algumas a estimulação do Ponto G pode ocasionar uma espécie de ejaculação.
2.Excite-se. O primeiro passo para um orgasmo de ponto G é ficar excitada. Durante a excitação o tecido esponjoso fica intumescido com fluido e o ponto G aumenta de volume de forma perceptível. Use um vibrador, assista ao seu filme erótico favorito ou imagine uma fantasia "quente".
3.Adicione o dedo ou um brinquedo. Insira o dedo na vagina e curve em direção ao umbigo. No caso de seu dedo ser curto experimente um brinquedo curvado desenhado para atingir o ponto G. Como a esponja uretral encontra-se atrás da parede da vagina você vai precisar fazer uma pressão firme para chegar até ela. Quando chegar, vai sentir uma sensação bem característica que vai servir de indicador de que atingiu o lugar certo. A textura do Ponto G é diferente da parede da vagina: você deve procurar por um tecido mais rugoso ou ondulado e sentir um certo solavanco como se o ponto mudasse de posição a medida que você passa o dedo. Quando encontrar pressione de forma firme e movimente os dedos (dois de preferência: o indicador e o "pai de todos") como se estivesse chamando alguém em um movimento de venha cá. Experimente vários níveis de pressão e tipos de movimento.
4.Experimente. O tamanho e sensibilidade do ponto G varia muito. Assim não há um único jeito para estimular.Você terá que experimentar até encontrar o mais adequado. Algumas mulheres apreciam uma pressão ritmada outras o movimento de rotação de um Dildo tipo Rabitt . Outras preferem estimular o clit ao mesmo tempo.
5.Ejaculação (ou não...) Nem todas as mulheres ejaculam mas a mesma é considerada um fator normal da resposta sexual feminina. Pressionar o ponto G ou as contrações do orgasmo podem causar ejaculação da esponja uretral através da uretra. Este fluido difere da urina e é similar ao fluido da próstata masculina. Esvazie a bexiga antes de fazer sexo assim você não vai ficar preocupada. A quantidade de ejaculação na maioria dos casos será menor do que uma ou duas colheres de chá mas pode ser mais volumosa. Algumas mulheres ejaculam após a remoção do pênis, do dildo ou dos dedos.
sábado, 16 de maio de 2009
Negligência? Erro irreparável....
Casal gay consegue "cuidar" de 18 meninos que estavam sob orientação do Conselho Tutelar Inglês no espaço de tempo de 15 meses e após uma foto comprometedora é posto sob investigação e ao fim comprovado caso de pedofilia.
Estudo revela abundantes casos de pedofilia homossexual no sistema que cuida das crianças órfãs
Mary Rettig(AgapePress) — Um pesquisador pró-família afirma que um estudo preocupante sobre o abuso de crianças órfãs (sob a supervisão do governo em lares temporários ou não) demonstra uma necessidade real de mais informações. O foco de sua preocupação imediata é um estudo do Instituto de Pesquisa de Família envolvendo o sistema público que cuida das crianças órfãs. O estudo revelou que uma percentagem desproporcionalmente elevada de casos de abuso sexual era de natureza homossexual. O Dr. Paul Cameron do Instituto de Pesquisa de Família declara que o estudo mostrou que mais de um terço dos casos de abuso sexual dentro do sistema que cuida de crianças órfãs no Estado de Illinois eram incidentes homossexuais, e ele crê que esses números refletem o resto dos Estados Unidos. No entanto, o médico observa que um grande problema na hora de impedir tais abusos [no país inteiro] é que é extremamente difícil de obter informações de outros estados. Cameron sente que é extremamente importante saber mais sobre essa situação trágica, e ele está suplicando ao público que pressione os que podem ajudar a tratar dessa situação. “O que precisamos”, diz ele, “e o que eu pediria que vocês fizessem é que se um político no estado em que vocês vivem afirma que [suas autoridades estão] preocupadas com isso, então por favor façam com que esse político revele essas informações ao público”. Embora o estudo de Illinois não tivesse investigado para descobrir se os pais adotivos pedófilos eram homossexuais, o porta-voz do Instituto de Pesquisa da Família sente que suas revelações chocantes deveriam ser consideradas com todo o cuidado e tratadas com a devida seriedade. “Nesse estudo, descobrimos que 34 por cento dos estupros foram cometidos por homossexuais. Isso é totalmente inaceitável”, diz ele. Cameron mostra que a Associação Americana de Psicologia declarou em 2004 seu apoio aos esforços para permitir que homossexuais adotem crianças ou prestem assistência a crianças órfãs. No entanto, o médico sustenta que tais associações profissionais podem estar tão emaranhadas nas tão chamadas causas de direitos iguais que ninguém se lembre do bem-estar das crianças. E o pesquisador observa que, lamentavelmente, as crianças órfãs que estão sob os cuidados do governo tendem de modo especial a acabar sendo tratadas como mercadorias. Contudo, avisa ele, embora essas crianças sejam descartadas pela sociedade, essa mesma sociedade sofrerá as conseqüências mais tarde pelos problemas que essas jovens vítimas causarão quando se tornarem adultas. Cameron espera que o estudo do Instituto de Pesquisa de Família envolvendo pedofilia no sistema que cuida de órfãos levará a uma mudança nas políticas sobre pais adotivos, apesar das tão chamadas questões de igualdade. E ele espera que mais estudos sejam feitos e mais informações sejam dadas ao público sobre a importante questão envolvendo o bem-estar das crianças em toda a sociedade.© 2005 AgapePress all rights reserved.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
O Sexo do seu Cérebro
Qual Será o Sexo do Seu Cérebro?
- Click Aqui e Veja a Reportagem Completa -
As diferenças no corpo de homens e mulheres estão além da aparência e dos órgãos sexuais. A ciência detectou que até o cérebro apresenta características femininas ou masculinas. Essa diferença neurológica gera diferenças de comportamentos, sentimentos e modos de pensar entre homens e mulheres.
Você consegue saber se seu amigo está triste ou irritado só de olhar para ele? Essa é uma característica de um cérebro feminino. Mas um homem também pode ter essa sensibilidade e outros comportamentos geralmente ligados a um cérebro feminino. Isso porque a sexualidade cerebral não está ligada diretamente ao sexo do corpo. “O sexo do cérebro é determinado pela quantidade de testosterona [hormônio masculino] a que o feto fica exposto no útero. Em geral, homens recebem doses maiores do que as mulheres. Mas isso varia e nós ainda não sabemos exatamente por quê”, diz a ÉPOCA a neuropsicologista Anne Moir, da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
A diferença entre o cérebro dos dois gêneros tem raízes evolutivas. Segundo Moir, durante o desenvolvimento dos seres humanos, como o homem era o caçador, desenvolveu um cérebro com habilidades manuais, visuais e coordenação para construir ferramentas. Por isso, um cérebro masculino tem mais habilidades funcionais. Já as mulheres preparavam os alimentos e cuidavam dos mais novos. Elas tinham que entender os bebês, ler sua linguagem corporal e ajudá-los a sobreviver. Elas também tinham que se relacionar com as outras mulheres do grupo e dependiam disso para sobreviver na comunidade e, por isso, desenvolveram um cérebro mais social. Os homens, por sua vez, lidavam com um grupo de caçadores, não precisavam tanto um do outro e se comunicavam menos, apenas com sinais.
Moir acredita que a diferença de sexo entre cérebro e corpo pode estar ligada às causas do homossexualismo. “Se a concentração de testosterona no útero está mais baixa do que o padrão para os homens, então o 'centro sexual' do cérebro será feminino e esse homem sentirá atração por outros homens. Se a concentração desse hormônio estiver alta, o 'centro sexual' será masculino e ele sentirá atração por mulheres”, diz Moir.
O Universo Alternativo Gay de SP
Sex n' the city
Nu e cru, o universo dos michês, profissionais da noite que povoam o centro de SP
Sábado, 23 de novembro de 2002. Há apenas três dias em São Paulo e hospedado num hotelzinho no centro da cidade, Klau*, 23 anos, um ex-trabalhador rural, dirige-se à Rua do Arouche para mais uma noite em seu novo emprego. Não era exatamente o que ele havia sonhado quando abandonou sua antiga função numa fazenda de gado em Minas Gerais, onde ganhava R$ 300 por mês: o trabalho em São Paulo não podia ser executado no período diurno, não tinha expediente e nem rendimento fixo, era alvo de inúmeros estigmas e não podia ser mencionado para a maior parte das pessoas. Klau tornou-se garoto de programa.Vida noturna, homossexualidade e prostituiçãoA história de Klau, embora guarde algumas particularidades – ele pegou carona com um carreteiro que o deixou na Rodovia Fernão Dias, chegou à cidade de ônibus e foi assaltado perto do Terminal Rodoviário do Tietê por bandidos que lhe levaram roupas e os R$ 260 que trazia –, possui, como veremos mais à frente, inúmeras semelhanças com a de outros profissionais do sexo que ocupam a Praça da República, o Largo do Arouche e suas redondezas diariamente, em busca de rendimentos junto às pessoas que lotam os bares, cinemas pornôs, ruas e casas noturnas da região.A área entre a Praça da República e o Largo do Arouche, na zona central de São Paulo, faz parte do circuito GLS tradicional da cidade, que compreende ainda um “bolsão” delimitado pela Avenida Rebouças, Rua da Consolação, Avenida Paulista, Rua Oscar Freire e Rua Augusta, na região dos Jardins, e alguns estabelecimentos localizados entre a Avenida Dr. Arnaldo e a Rua Fradique Coutinho, nos arredores de Pinheiros. Embora existam casas GLS em outros lugares, são estas as regiões que concentram o maior número delas e, portanto, onde é maior a ocorrência da prostituição masculina, mesmo que não exclusivamente.A correlação entre a prostituição masculina e a vida noturna gay é óbvia: os garotos de programa vão onde há clientes em potencial, e estes se constituem em homens homo e bissexuais, segundo os próprios garotos. Há mulheres e casais que também buscam os serviços dos michês, mas a incidência é mais rara. Portanto, não é de estranhar que, no circuito República – Largo do Arouche, os garotos de programa sejam mais facilmente encontrados em ruas próximas ou coincidentes às dos bares e boates, sobretudo na Rêgo Freitas, Marquês de Itu, Rua do Arouche e na própria Praça da República. Nos finais de semana, é possível, por exemplo, encontrar um garoto de programa a cada 10 metros, mais ou menos, na Rua do Arouche.O perfil dos michês da região é bem variado, mas, grosso modo, podemos reconhecer dois tipos mais comuns: o primeiro, que se concentra no interior da Praça da República, é formado por rapazes de faixa etária mais baixa, em torno dos 18 aos 22 anos, não raro usuários de drogas e que costumam cobrar programas mais baratos, por volta de R$ 30 ou menos, muitas vezes como forma de sustentar o vício. Esse grupo sofre um assédio mais constante da Polícia, que monitora o interior da Praça, e atende principalmente transeuntes à tarde; o segundo tipo, que se encontra espalhado pelas ruas, cobra mais caro, em torno de R$ 50 ou R$ 60, muitas vezes pertence a uma faixa etária mais alta (22, 24 ou até 30 anos) e atende principalmente pessoas com carro, à noite. Há também uma forte incidência de migrantes. Este é o grupo em que Klau se encaixa.Menores e melhoresEmbora possamos estabelecer características mais ou menos comuns em termos de um perfil para os michês do Centro, a verdade é que a questão é mais complicada do que parece. A idade, por exemplo, pode ser uma informação falsa, o que ocorre com certa freqüência.Isso porque a existência de menores na prostituição masculina em São Paulo não é um fenômeno raro, como atestam os próprios garotos de programa – tanto em relação a si, quanto em relação a alguns companheiros. Entretanto, é difícil um michê menor revelar sua verdadeira idade. Somente quando mais velho é que revelará, ao certo, com quantos anos foi para as ruas.É o caso de Gustavo, garoto de programa há quatro anos. Atualmente com 19 anos de idade, Gustavo iniciou-se na prostituição aos 15, quando teve sua primeira relação homossexual. Filho de um dono de marcenaria, onde trabalha durante a tarde, o rapaz conta que procurou as ruas por problemas de inserção no mercado de trabalho tradicional: na época, antes de trabalhar com o pai, não conseguia arranjar o primeiro emprego, o que só piorou conforme se aproximava o serviço militar obrigatório. Na marcenaria, os rendimentos são parcos – por trabalho executado –, e a saída é completar o orçamento com a atividade noturna, que exerce durante os finais de semana e lhe garantem um ganho entre R$ 100 e R$ 150 por noite.Outro que começou cedo foi Edmilson, atualmente com 20 anos. A prostituição se tornou realidade aos 17, ainda em sua cidade natal, Foz do Iguaçu (Paraná). Edmilson, que não exerce qualquer atividade diurna, conta que viveu por seis meses com um homem em Foz do Iguaçu e que, após a separação, optou por entrar no mercado do sexo como garoto de programa e, posteriormente, como ator de filmes pornográfico. Foi pensando na segunda alternativa que mudou para São Paulo, mas desistiu da profissão e voltou às ruas “porque o lucro é igual”.Evandro, alagoano de 23 anos e “mais de três” de profissão (ele não diz exatamente quando começou), confirma que há mesmo uma preferência, entre muitos clientes, por rapazes mais jovens. Ele conta que, em sua idade atual, já está “ficando velho” para o trabalho e que, quanto mais novo for o garoto, maior a quantidade de clientes que poderá conseguir.Bolsa de valoresO valor cobrado pelos programas também é uma informação, até certo ponto, muito inexata. Embora possamos admitir um teto de R$ 30 para os garotos da Praça da República e uma faixa de R$ 50 a R$ 60 para os que ficam nas ruas próximas, estes valores são, na verdade, uma média, e não uma base ou um teto propriamente ditos.O preço do serviço pode variar muito, dependendo do que o cliente pede e, principalmente, da situação financeira que ele deixa transparecer. Evandro e Edmilson, por exemplo, os dois últimos garotos mencionados, admitem que podem cobrar até R$ 200 e até R$ 100, respectivamente, baseando-se em fatores como modelo do carro, aparência física, roupas, jóias (sobretudo no caso de mulheres) e equipamentos como celular, CD-player, etc., que ostentem uma condição financeira mais privilegiada.Embora tenha menor influência, o tipo de serviço também conta pontos. Indagado sobre quanto cobraria para uma sessão de sexo oral, Nick, 18 anos, que atua na Praça da República, respondeu que pediria R$ 10. Para uma relação sexual completa, “aí, o valor sai mais caro, né?”, respondeu. Há, porém, espaço para negociação. Alex, um maranhense de 30 anos que atua na Rua do Arouche, dá alguns preços que costuma cobrar e que usa como base para negociar com os clientes: “R$ 40, R$ 50, R$ 60, R$ 80... Eu peço. Se o cara disser que não tem, que tem tanto, aí eu vejo. Se eu quiser, eu vou”.É mais provável, entretanto, que a noite renda bem mais do que se espera, especialmente se houver uma clientela cativa com um poder aquisitivo maior. Evandro, que atua na Rua Rêgo Freitas, estabelece um perfil médio de seus clientes: “homem, executivo, bissexual, uns 40 anos, casado e com filhos. Vem aqui quando a esposa não está em casa ou está viajando”, diz.Por sua vez, os mesmos índices usados para estabelecer as diferenças entre um cliente mais rico de outro mais pobre, especialmente a aparência física, também contam pontos para selecionar a clientela: todos os garotos entrevistados admitem fazer algum tipo de seleção, havendo pessoas com quem não saem em nenhuma situação.Alternativa ao desempregoComo se pode supor, o desemprego e as dificuldades financeiras aparecem como os principais motivadores para um rapaz se tornar garoto de programa. Segundo dados do IBGE publicados em outubro, a taxa de desemprego na Grande São Paulo é a maior dos últimos 20 anos – 9,4% – e, no restante do País, a média já chegou a 7,6% em setembro**.Desde Klau, no início da matéria, todos os garotos mencionados até agora, à exceção de Edmilson, disseram optar pela prostituição por problemas com as finanças. A história é padrão: numa situação de aperto em que não há trabalho ou o valor dos vencimentos não é capaz de sustentar o custo de vida, a prostituição aparece como uma opção real, seja como fonte principal ou como complemento de rendaNão é à toa. Uma conta simples demonstra que, fazendo dois programas por noite – sem considerar o final de semana –, e admitindo que cada um dura em média de uma a duas horas, um garoto de programa pode ganhar, mensalmente, mais de R$ 2 mil por cerca de 20 horas de trabalho semanais. É esse o valor que o próprio Edmilson diz acumular em um mês, entre ruas e saunas – onde também atua –, considerando que não comparece todos os dias.A forma de entrar no mercado do sexo, nas ruas, é padrão: travar contato com michês que já estejam no local e não ocupar o ponto de outro. Em alguns casos, como na Rua do Arouche, o processo é mais simples. Segundo Alex, que faz ponto ali, bastou chegar, conversar com os garotos mais antigos e arranjar seu espaço. Na Rêgo Freitas, porém, é preciso ser apresentado por alguém. “Se não for amigo ou conhecido de ninguém e se ninguém apresentar, não fica”, diz Evandro.A prostituição também pode servir como porta de entrada para o exterior. Evandro conta que um amigo seu, também michê, foi para Portugal, e Edmilson, por sua vez, já tem uma proposta, feita por um cliente, para trabalhar como go-go boy (espécie de dançarino de casas gays) em Berlim. Soma-se a isso o fato de São Paulo ainda ser considerada atraente em termos de possibilidade de melhoria de vida. Foi com este espírito que Klau, Edmilson e Evandro, todos migrantes, se deslocaram para a capital.Identidade de gênero“Ativo ou passivo?” Para esta questão, a resposta, na maioria das vezes, é taxativa: “ativo!”. No máximo, “ativo liberal”. Segundo W., o único cliente que concordou em conceder entrevista, há uma divisão informal no espaço geográfico quanto à predileção do papel sexual. A Rua do Arouche concentraria os garotos somente ativos (que penetram durante a relação sexual) , ao passo que na Rêgo Freitas, a possibilidade de encontrar passivos (que são penetrados) é bem maior. No restante, diz ele – e mesmo em regiões da Rêgo Freitas –, acham-se os “ativos liberais”, como se autodenominam os que executam ambos os papéis.W., 36 anos (ele não revela sua profissão), diz que é ativo e, por isso, recorria bem mais à Rua Rêgo Freitas. Hoje, por manter um relacionamento estável com um rapaz, não sai mais em busca dos serviços dos michês, mas adverte: “encontrar passivos declarados não é tão fácil. A maioria diz sempre que é ativo, quando muito, ‘ativo liberal’ – mas, se você der uma forçadinha, acaba saindo com muitos deles, até mesmo alguns que ficam no Arouche” , o que pudemos confirmar posteriormente.A rejeição da passividade é explicada pela identificação com o papel da mulher, segundo Alessandro Soares da Silva, 29 anos, doutorando em Psicologia Social pela PUC-SP. Para ele, o homossexual passivo, na cultura brasileira, é identificado com o gênero feminino, que é considerado inferior na sociedade machista. Assim, o passivo é visto como abdicando de sua masculinidade, de sua condição de “macho”, para se auto-inferiorizar. Portanto, sofre maior carga de preconceito e discriminação, não raro da pessoa com relação a si própria.Silva ressalta ainda que, no Brasil, às vezes sequer o ativo é considerado homossexual, mas um “homem que penetra homossexuais”, ao que é dado maior valor. Este valor aumenta se o sujeito for um bissexual que, ainda que esporadicamente, mantenha relações com mulheres.Alex, o maranhense da Rua do Arouche, poderia encaixar-se neste perfil. Ele ressalta que sua preferência é por mulheres e, mais de uma vez, quis deixar claro que é somente ativo e que não beija seus clientes, ao contrário do que outros michês fazem. Ele, assim como Klau, também titubeou ao admitir que gosta de se relacionar com homens. Mesmo em se tratando de “ativos liberais”, é comum que os garotos repitam que preferem muito mais ser ativos, numa identificação não-casual com o estereótipo masculino.
* os nomes fornecidos, todos sem sobrenome, são os utilizados no ambiente de trabalho e, portanto, eventualmente podem ser falsos. No caso de clientes, a publicação do nome não foi autorizada.
- Folha de S. Paulo, edição de 24/10/2002. -
Nu e cru, o universo dos michês, profissionais da noite que povoam o centro de SP
Sábado, 23 de novembro de 2002. Há apenas três dias em São Paulo e hospedado num hotelzinho no centro da cidade, Klau*, 23 anos, um ex-trabalhador rural, dirige-se à Rua do Arouche para mais uma noite em seu novo emprego. Não era exatamente o que ele havia sonhado quando abandonou sua antiga função numa fazenda de gado em Minas Gerais, onde ganhava R$ 300 por mês: o trabalho em São Paulo não podia ser executado no período diurno, não tinha expediente e nem rendimento fixo, era alvo de inúmeros estigmas e não podia ser mencionado para a maior parte das pessoas. Klau tornou-se garoto de programa.Vida noturna, homossexualidade e prostituiçãoA história de Klau, embora guarde algumas particularidades – ele pegou carona com um carreteiro que o deixou na Rodovia Fernão Dias, chegou à cidade de ônibus e foi assaltado perto do Terminal Rodoviário do Tietê por bandidos que lhe levaram roupas e os R$ 260 que trazia –, possui, como veremos mais à frente, inúmeras semelhanças com a de outros profissionais do sexo que ocupam a Praça da República, o Largo do Arouche e suas redondezas diariamente, em busca de rendimentos junto às pessoas que lotam os bares, cinemas pornôs, ruas e casas noturnas da região.A área entre a Praça da República e o Largo do Arouche, na zona central de São Paulo, faz parte do circuito GLS tradicional da cidade, que compreende ainda um “bolsão” delimitado pela Avenida Rebouças, Rua da Consolação, Avenida Paulista, Rua Oscar Freire e Rua Augusta, na região dos Jardins, e alguns estabelecimentos localizados entre a Avenida Dr. Arnaldo e a Rua Fradique Coutinho, nos arredores de Pinheiros. Embora existam casas GLS em outros lugares, são estas as regiões que concentram o maior número delas e, portanto, onde é maior a ocorrência da prostituição masculina, mesmo que não exclusivamente.A correlação entre a prostituição masculina e a vida noturna gay é óbvia: os garotos de programa vão onde há clientes em potencial, e estes se constituem em homens homo e bissexuais, segundo os próprios garotos. Há mulheres e casais que também buscam os serviços dos michês, mas a incidência é mais rara. Portanto, não é de estranhar que, no circuito República – Largo do Arouche, os garotos de programa sejam mais facilmente encontrados em ruas próximas ou coincidentes às dos bares e boates, sobretudo na Rêgo Freitas, Marquês de Itu, Rua do Arouche e na própria Praça da República. Nos finais de semana, é possível, por exemplo, encontrar um garoto de programa a cada 10 metros, mais ou menos, na Rua do Arouche.O perfil dos michês da região é bem variado, mas, grosso modo, podemos reconhecer dois tipos mais comuns: o primeiro, que se concentra no interior da Praça da República, é formado por rapazes de faixa etária mais baixa, em torno dos 18 aos 22 anos, não raro usuários de drogas e que costumam cobrar programas mais baratos, por volta de R$ 30 ou menos, muitas vezes como forma de sustentar o vício. Esse grupo sofre um assédio mais constante da Polícia, que monitora o interior da Praça, e atende principalmente transeuntes à tarde; o segundo tipo, que se encontra espalhado pelas ruas, cobra mais caro, em torno de R$ 50 ou R$ 60, muitas vezes pertence a uma faixa etária mais alta (22, 24 ou até 30 anos) e atende principalmente pessoas com carro, à noite. Há também uma forte incidência de migrantes. Este é o grupo em que Klau se encaixa.Menores e melhoresEmbora possamos estabelecer características mais ou menos comuns em termos de um perfil para os michês do Centro, a verdade é que a questão é mais complicada do que parece. A idade, por exemplo, pode ser uma informação falsa, o que ocorre com certa freqüência.Isso porque a existência de menores na prostituição masculina em São Paulo não é um fenômeno raro, como atestam os próprios garotos de programa – tanto em relação a si, quanto em relação a alguns companheiros. Entretanto, é difícil um michê menor revelar sua verdadeira idade. Somente quando mais velho é que revelará, ao certo, com quantos anos foi para as ruas.É o caso de Gustavo, garoto de programa há quatro anos. Atualmente com 19 anos de idade, Gustavo iniciou-se na prostituição aos 15, quando teve sua primeira relação homossexual. Filho de um dono de marcenaria, onde trabalha durante a tarde, o rapaz conta que procurou as ruas por problemas de inserção no mercado de trabalho tradicional: na época, antes de trabalhar com o pai, não conseguia arranjar o primeiro emprego, o que só piorou conforme se aproximava o serviço militar obrigatório. Na marcenaria, os rendimentos são parcos – por trabalho executado –, e a saída é completar o orçamento com a atividade noturna, que exerce durante os finais de semana e lhe garantem um ganho entre R$ 100 e R$ 150 por noite.Outro que começou cedo foi Edmilson, atualmente com 20 anos. A prostituição se tornou realidade aos 17, ainda em sua cidade natal, Foz do Iguaçu (Paraná). Edmilson, que não exerce qualquer atividade diurna, conta que viveu por seis meses com um homem em Foz do Iguaçu e que, após a separação, optou por entrar no mercado do sexo como garoto de programa e, posteriormente, como ator de filmes pornográfico. Foi pensando na segunda alternativa que mudou para São Paulo, mas desistiu da profissão e voltou às ruas “porque o lucro é igual”.Evandro, alagoano de 23 anos e “mais de três” de profissão (ele não diz exatamente quando começou), confirma que há mesmo uma preferência, entre muitos clientes, por rapazes mais jovens. Ele conta que, em sua idade atual, já está “ficando velho” para o trabalho e que, quanto mais novo for o garoto, maior a quantidade de clientes que poderá conseguir.Bolsa de valoresO valor cobrado pelos programas também é uma informação, até certo ponto, muito inexata. Embora possamos admitir um teto de R$ 30 para os garotos da Praça da República e uma faixa de R$ 50 a R$ 60 para os que ficam nas ruas próximas, estes valores são, na verdade, uma média, e não uma base ou um teto propriamente ditos.O preço do serviço pode variar muito, dependendo do que o cliente pede e, principalmente, da situação financeira que ele deixa transparecer. Evandro e Edmilson, por exemplo, os dois últimos garotos mencionados, admitem que podem cobrar até R$ 200 e até R$ 100, respectivamente, baseando-se em fatores como modelo do carro, aparência física, roupas, jóias (sobretudo no caso de mulheres) e equipamentos como celular, CD-player, etc., que ostentem uma condição financeira mais privilegiada.Embora tenha menor influência, o tipo de serviço também conta pontos. Indagado sobre quanto cobraria para uma sessão de sexo oral, Nick, 18 anos, que atua na Praça da República, respondeu que pediria R$ 10. Para uma relação sexual completa, “aí, o valor sai mais caro, né?”, respondeu. Há, porém, espaço para negociação. Alex, um maranhense de 30 anos que atua na Rua do Arouche, dá alguns preços que costuma cobrar e que usa como base para negociar com os clientes: “R$ 40, R$ 50, R$ 60, R$ 80... Eu peço. Se o cara disser que não tem, que tem tanto, aí eu vejo. Se eu quiser, eu vou”.É mais provável, entretanto, que a noite renda bem mais do que se espera, especialmente se houver uma clientela cativa com um poder aquisitivo maior. Evandro, que atua na Rua Rêgo Freitas, estabelece um perfil médio de seus clientes: “homem, executivo, bissexual, uns 40 anos, casado e com filhos. Vem aqui quando a esposa não está em casa ou está viajando”, diz.Por sua vez, os mesmos índices usados para estabelecer as diferenças entre um cliente mais rico de outro mais pobre, especialmente a aparência física, também contam pontos para selecionar a clientela: todos os garotos entrevistados admitem fazer algum tipo de seleção, havendo pessoas com quem não saem em nenhuma situação.Alternativa ao desempregoComo se pode supor, o desemprego e as dificuldades financeiras aparecem como os principais motivadores para um rapaz se tornar garoto de programa. Segundo dados do IBGE publicados em outubro, a taxa de desemprego na Grande São Paulo é a maior dos últimos 20 anos – 9,4% – e, no restante do País, a média já chegou a 7,6% em setembro**.Desde Klau, no início da matéria, todos os garotos mencionados até agora, à exceção de Edmilson, disseram optar pela prostituição por problemas com as finanças. A história é padrão: numa situação de aperto em que não há trabalho ou o valor dos vencimentos não é capaz de sustentar o custo de vida, a prostituição aparece como uma opção real, seja como fonte principal ou como complemento de rendaNão é à toa. Uma conta simples demonstra que, fazendo dois programas por noite – sem considerar o final de semana –, e admitindo que cada um dura em média de uma a duas horas, um garoto de programa pode ganhar, mensalmente, mais de R$ 2 mil por cerca de 20 horas de trabalho semanais. É esse o valor que o próprio Edmilson diz acumular em um mês, entre ruas e saunas – onde também atua –, considerando que não comparece todos os dias.A forma de entrar no mercado do sexo, nas ruas, é padrão: travar contato com michês que já estejam no local e não ocupar o ponto de outro. Em alguns casos, como na Rua do Arouche, o processo é mais simples. Segundo Alex, que faz ponto ali, bastou chegar, conversar com os garotos mais antigos e arranjar seu espaço. Na Rêgo Freitas, porém, é preciso ser apresentado por alguém. “Se não for amigo ou conhecido de ninguém e se ninguém apresentar, não fica”, diz Evandro.A prostituição também pode servir como porta de entrada para o exterior. Evandro conta que um amigo seu, também michê, foi para Portugal, e Edmilson, por sua vez, já tem uma proposta, feita por um cliente, para trabalhar como go-go boy (espécie de dançarino de casas gays) em Berlim. Soma-se a isso o fato de São Paulo ainda ser considerada atraente em termos de possibilidade de melhoria de vida. Foi com este espírito que Klau, Edmilson e Evandro, todos migrantes, se deslocaram para a capital.Identidade de gênero“Ativo ou passivo?” Para esta questão, a resposta, na maioria das vezes, é taxativa: “ativo!”. No máximo, “ativo liberal”. Segundo W., o único cliente que concordou em conceder entrevista, há uma divisão informal no espaço geográfico quanto à predileção do papel sexual. A Rua do Arouche concentraria os garotos somente ativos (que penetram durante a relação sexual) , ao passo que na Rêgo Freitas, a possibilidade de encontrar passivos (que são penetrados) é bem maior. No restante, diz ele – e mesmo em regiões da Rêgo Freitas –, acham-se os “ativos liberais”, como se autodenominam os que executam ambos os papéis.W., 36 anos (ele não revela sua profissão), diz que é ativo e, por isso, recorria bem mais à Rua Rêgo Freitas. Hoje, por manter um relacionamento estável com um rapaz, não sai mais em busca dos serviços dos michês, mas adverte: “encontrar passivos declarados não é tão fácil. A maioria diz sempre que é ativo, quando muito, ‘ativo liberal’ – mas, se você der uma forçadinha, acaba saindo com muitos deles, até mesmo alguns que ficam no Arouche” , o que pudemos confirmar posteriormente.A rejeição da passividade é explicada pela identificação com o papel da mulher, segundo Alessandro Soares da Silva, 29 anos, doutorando em Psicologia Social pela PUC-SP. Para ele, o homossexual passivo, na cultura brasileira, é identificado com o gênero feminino, que é considerado inferior na sociedade machista. Assim, o passivo é visto como abdicando de sua masculinidade, de sua condição de “macho”, para se auto-inferiorizar. Portanto, sofre maior carga de preconceito e discriminação, não raro da pessoa com relação a si própria.Silva ressalta ainda que, no Brasil, às vezes sequer o ativo é considerado homossexual, mas um “homem que penetra homossexuais”, ao que é dado maior valor. Este valor aumenta se o sujeito for um bissexual que, ainda que esporadicamente, mantenha relações com mulheres.Alex, o maranhense da Rua do Arouche, poderia encaixar-se neste perfil. Ele ressalta que sua preferência é por mulheres e, mais de uma vez, quis deixar claro que é somente ativo e que não beija seus clientes, ao contrário do que outros michês fazem. Ele, assim como Klau, também titubeou ao admitir que gosta de se relacionar com homens. Mesmo em se tratando de “ativos liberais”, é comum que os garotos repitam que preferem muito mais ser ativos, numa identificação não-casual com o estereótipo masculino.
* os nomes fornecidos, todos sem sobrenome, são os utilizados no ambiente de trabalho e, portanto, eventualmente podem ser falsos. No caso de clientes, a publicação do nome não foi autorizada.
- Folha de S. Paulo, edição de 24/10/2002. -
domingo, 10 de maio de 2009
Nosso Objetivo
O objetivo deste Blog está em: promover reflexões, discussões, diálogos com verbalização de experiências e esclarecimento de dúvidas, curiosidades, micos e aprendizagem a partir de experiências trocadas...
O que é?
"Libido é o desejo sexual e recebe influência de fatores orgânicos bem conhecidos e também de fatores psicológicos através de mecanismos pouco conhecidos."
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