segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Instruções para a jovem noiva - 1894

INSTRUÇÃO E CONSELHO PARA JOVEM NOIVA

Sobre a conduta e procedimentos nas relações pessoais e íntimas no estado de matrimônio para maior sanidade espiritual deste abençoado Sacramento para a Gloria de Deus. Publicado no ano do Senhor de 1894, na Cidade de Nova York.

Ruth Mythers – amada esposa do Reverendo L.D. Smythers, Pastor da Igreja Metodista Arcadiana da Conferência Regional do Leste

Para a jovem sensível que teve os benefícios de uma criação apropriada, o dia de bodas é, ironicamente, tanto o mais feliz quanto o mais terrível dia de sua vida. No lado positivo, há o casamento em si, no qual a noiva é a atração central, numa cerimônia bela e inspiradora, simbolizando o triunfo em assegurar um homem que proverá necessidades dela pelo resto de sua vida natural. Do lado negativo, há a noite de núpcias, durante a qual a noiva pagará o tributo, por assim dizer, encarando pela primeira vem a terrível experiência do sexo.
Neste ponto, cara leitora, permita-me situar uma chocante verdade. Algumas mulheres, de fato antecipam o sofrimento da noite de núpcias com curiosidade e prazer! Cuidado com tal atitude! Um marido egoísta e sensual pode facilmente tirar vantagem de tal noiva.
Uma regra cardinal do casamento não deve jamais ser esquecida. Dê-se pouco, dê-se raramente, e sobretudo, dê-se relutantemente. Em outro caso, o que poderia ser um casamento apropriado pode tornar-se uma orgia de luxúria sensual.
Por outro lado, o terror da noiva não precisa ser extremo. Embora o sexo seja no mínimo revoltante e no máximo doloroso, deve ser encarado, e o tem sido pelas mulheres desde o início dos tempos, e é compensado pelo lar monógamo e pelas crianças produzidas a partir dele.
É inútil, na maioria dos casos que a noiva se imponha ao parceiro no encaminhamento da iniciação sexual. Embora o marido ideal devesse ser o que se aproximaria da esposa apenas a um sinal desta e apenas para propósitos de obter filhos, tal nobreza e pouco egoísmo não pode ser esperada do homem médio.
A maior parte dos homens, se não lhes for negado, buscará o
sexo quase todo dia. A noiva sábia permitirá no máximo duas breves experiências sexuais semanalmente durante os primeiros meses de casamento. À medida que o tempo passa, ela deve fazer todo o esforço para diminuir essa freqüência.
Adoecimentos fingidos, sonolências e dores de cabeça estão entre os melhores amigos da esposa nesse assunto. Argumentos, resmungos, críticas e querelas também se provam eficientes, se usados no fim da tarde cerca de uma hora antes do momento em que o marido usualmente começa a sedução.
Esposas espertas estão sempre atentas para métodos novos e melhores de negar e desencorajar os ímpetos amorosos do marido. Uma boa esposa deve esperar ter reduzido os contatos sexuais para uma vez semana no final do primeiro ano de casamento e para uma vez ao mês no final do quinto.
No décimo aniversário muitas esposas conseguiram completar a geração de filhos e alcançaram o objetivo maior de eliminar todos os contatos sexuais com o marido. Nesta época elas podem apoiar-se no amor pelas crianças e nas pressões sociais para manter o marido dentro de casa.
Ao mesmo tempo que ela deve estar alerta para manter a quantidade de sexo tão baixa quanto possível, a noiva sábia prestará atenção para limitar o tipo de grau dos contatos sexuais. Os homens são, na maioria e por sua própria natureza, bastante pervertidos, e se lhes for dada uma chance, envolver-se-ão numa ampla variedade das mais revoltantes práticas.
Essas incluem, entre outras, executar o ato sexual normal em posições anormais, por a boca no corpo da mulher e oferecer o próprio corpo vil para que ela ponha a boca.
Nudez, conversas sobre sexo, ler histórias sobre sexo, ver fotografias e desenhos expondo o sugerindo sexo são outros hábitos repulsivos que um homem poderá adquirir se lhe for permitido.
Uma esposa sábia tomará como objetivo nunca permitir que o marido lhe veja o corpo despido, e nunca permitirá que ele mostre a ela o corpo nu. Sexo, quando não puder ser evitado, deve ocorrer na total escuridão. Muitas mulheres acham útil ter pra elas grossas camisolas de algodão e pijamas para os maridos. Essas peças devem ser trocadas em quartos separados, e não precisam ser removidas durante o ato sexual. Assim o mínimo de carne ficará exposta.
Uma vez que a esposa tenha vestido a camisola e apagado as luzes, ela deve deitar-se quieta ao longo da cama e aguardar o marido. Quando ele vier, tateando, para o quarto, ela não deve fazer nenhum som que o oriente na direção dela, do contrário ele pode tomar isso como um sinal de encorajamento. Ela deve deixá-lo tatear no escuro. Há sempre a possibilidade de que ele tropece e provoque algum pequeno machucado, que ela poderá usar como desculpa para negar-lhe o acesso sexual.
Quando ele a encontrar, a esposa deve permanecer tão imóvel quanto possível. Movimentos corporais da parte dela podem ser interpretados como excitação sexual pelo marido otimista.
Se ele tentar beijá-la nos lábios, ela deve voltar a cabeça levemente, de modo que o beijo caia inocentemente nas faces. Se ele tentar beijar-lhe a mão, ela deve fechar o punho. Se ele tentar levantar a camisola e beijá-la em outra parte qualquer, ela deve rapidamente recolocar a camisola no lugar, levantar-se da cama, e anunciar que a natureza a chama ao banheiro. Isso geralmente liquida o desejo de beijar em territórios proibidos.
Se o marido tentar seduzir-la com conversar lascivas, a esposa sábia subitamente lembrará algumas questões triviais, não sexuais, para perguntar a ele. Uma vez que responda, ela deve manter a conversação, não importa quão frívola possa parecer no momento.
Eventualmente o esposo aprenderá que se insistir em ter contato sexual, ele terá que prosseguir com envolvimento amoroso. A esposa sábia deixará que ele levante a camisola apenas até a cintura, e só lhe permitirá abrir a frente do pijama para fazer contato.
Ela ficará absolutamente silenciosa ou balbuciará sobre as tarefas de casa enquanto ele a abraça e arqueja. Sobretudo, ela se manterá perfeitamente imóvel e nunca, sob quaisquer circunstâncias dará grunhidos ou gemidos enquanto o ato está em curso.
Tão logo o marido complete o ato, a esposa esperta começará a importuná-lo sobre várias pequenas tarefas que ela quer que ele faça amanhã. Muitos homens obtêm a maior porção de seu prazer sexual da exaustão pacífica imediatamente posterior ao término do ato. Assim a esposa deve assegurar que não haja paz nesse período que ele possa desfrutar. Em caso contrário, ele pode se sentir encorajado a tentar novamente em breve.
Um fator crucial pelo qual a esposa deve ser grata, é o fato de que a casa, a escola, a igreja, e o meio social do marido trabalham juntos, por toda uma vida, para instigar-lhe um profundo sentido de culpa quanto aos sentimentos sexuais, de tal modo que ele vem para o leito nupcial, desculposamente e envergonhado, já intimidado e diminuído. A esposa sábia se prevalece dessa vantagem e incansavelmente persegue seu objetivo de em princípio reduzir e depois ANIQUILAR COMPLETAMENTE os desejos de consumação sexual do marido.

Smythers, Ruth – Instructions and advice for the Young Bride –

New York, Spiritual Guidance Press, 1894